Guerra na Ucrânia e sanções à Rússia obrigam à criação do voo mais longo do mundo

Muitas companhias aéreas têm cancelado voos para cidades russas ou evitado o espaço aéreo russo desde a invasão da Ucrânia. Como tal, houve e continua a haver a necessidade de reestruturar as rotas para não usar o espaço aéreo dos países em guerra. Atendendo a estes impedimentos, a Cathay Pacific planeia criar aquele que será o voo mais longo do mundo para ligar Hong Kong a Nova Iorque.

A viagem passará a contar com 16.668 quilómetros percorridos em 17 horas.

Imagine-se dentro de um avião durante quase 18 horas

Esta semana foram dados a conhecer os planos da companhia aérea Cathay Pacific. A empresa planeia operar o voo de passageiros mais longo do mundo, numa rota que sobrevoará o oceano Atlântico em vez do Ártico para ligar Hong Kong a Nova Iorque, de forma a evitar a Rússia.

A ligação será de “pouco menos de nove mil milhas náuticas”, mais de 16 mil quilómetros, a percorrer em cerca de 17 horas e 50 minutos, disse a companhia aérea de Hong Kong à agência de notícias France-Presse (AFP), na terça-feira.

Este recorde ultrapassa o voo da Singapore Airlines que liga a cidade-Estado asiática também a Nova Iorque e que soma 15.343 quilómetros em 18 horas.

O objetivo da Cathay Pacific é evitar sobrevoar território da Rússia, cujo espaço aéreo se encontra restrito devido à guerra na Ucrânia.

“Estamos sempre à procura de rotas de contingência para possíveis eventos ou cenários no mundo da aviação.” Explicaram os responsáveis da Cathay, em comunicado.

Voo mais longo do mundo já a partir do dia 3 de abril

A empresa referiu que a opção transatlântica é mais favorável do que a rota habitual devido aos “fortes ventos traseiros sazonais nesta altura do ano”. Antes da pandemia da COVID-19, operava três viagens diárias de ida e volta entre as duas cidades. Os voos para Hong Kong enfrentam agora cancelamentos frequentes devido às rigorosas medidas sanitárias da cidade e à falta de passageiros.

Os aviões provenientes dos Estados Unidos e de mais oito países vão poder aterrar novamente em Hong Kong, a partir de sexta-feira, graças a uma flexibilização das regras relativas à pandemia.

Na terça-feira à noite, a Cathay anunciou um voo direto Nova Iorque-Hong Kong, em 3 de abril.

…Vêm aí tempos interessantes… Isso e o regresso dos aviões da era Soviética (TU-214 e outros) para tornar o mercado Russo independente dos ocidentais… O problema é que o desnível tecnológico deve ser abismal, e isso pode não correr lá muito bem…